Estudo da MSU diz que meditação ajuda a controlar emoções
A meditação pode ajudar a controlar as emoções, mesmo em pessoas que não são consideradas naturalmente ‘mindful’, sugere um novo estudo da Universidade Estadual de Michigan, publicado no jornal científico Frontiers in Human Neuroscience
Por Universidade Estadual de Michigan | Nick Lowndes (ilustração) in ScienceDaily | 3 de outubro de 2016 ver artigo original
Uma equipa de investigadores da Universidade Estadual de Michigan (MSU) gravaram a atividade cerebral de pessoas enquanto estas viam imagens consideradas perturbantes e imediatamente após terem meditado pela primeira vez. Segundo o estudo, estes participantes foram capazes de controlar as suas emoções negativas tão bem quanto um outro grupo de pessoas consideradas naturalmente mindful.
“As nossas conclusões não só demonstram que a meditação melhora a saúde emocional, como as pessoas podem adquirir esses benefícios independentemente da ‘habilidade natural’ de cada um para ser mindful”, disse Yanli Lin, pós-graduando da MSU e investigador principal do estudo. “Basta apenas alguma prática”, afirmou.
Mindfulness, a consciência plena, e a cada momento, dos pensamentos, emoções e sensações, tem vindo a ganhar mundialmente grande popularidade como uma forma de promoção de saúde e bem-estar. Mas o que acontece quando alguém não é naturalmente mindful? Poderá esse alguém conseguir sê-lo ao tentar fazer do mindfulness um ‘estado mental’? Ou será que o poderá conseguir através de um esforço mais focado como a meditação? Foram precisamente estas as questões que o estudo conduzido na Clinical Psychophysiology Lab, da MSU, procurou responder.
A investigação avaliou 68 pessoas para efeitos de mindfulness, selecionadas a partir de um inquérito cientificamente validado. Os participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos: um escutou uma gravação áudio de meditação guiada de 18 minutos; o outro, uma apresentação de como aprender um novo idioma. De seguida, e a ambos os grupos, foram mostradas imagens de cariz negativo (como um cadáver coberto de sangue) enquanto era gravada a atividade cerebral de cada participante.
O grupo que esteve envolvido na prática de meditação, independentemente dos diferentes níveis de mindfulness natural de cada elemento, mostrou graus semelhantes de “regulação emocional” da atividade cerebral. Isto é, os seus cérebros recuperavam mais rapidamente a nível emocional das imagens perturbantes, essencialmente por manterem sob controlo as suas reações negativas.
Alguns dos participantes foram ainda instruídos a olharem de forma mindful (num estado mental de atenção plena) para essas imagens, enquanto outros não receberam qualquer indicação especial. Significativamente, aqueles que olharam as fotos com atenção plena não mostraram mais capacidade do que os outros para manterem as suas emoções negativas sob controlo. Isto sugere que, para os que não são praticantes regulares de meditação, os benefícios emocionais do mindfulness podem ser melhor conseguidos através da meditação do que pelo ‘forçar’ de um determinado estado mental, disse Jason Moser, diretor da Clinical Psychophysiology Lab da MSU e co-autor do estudo.
“Para quem é naturalmente mindful e está habitualmente consciente daquilo que acontece à sua volta, as coisas tendem a correr ‘sobre rodas’. Uma pessoa assim esclarece rapidamente as suas emoções”, diz Mozer. E mesmo que “não seja naturalmente mindful, meditar pode fazer com que se pareça com alguém pleno de mindfulness. Mas para aqueles que, além de não serem naturalmente mindful, também nunca praticaram meditação, forçarem-se a ser mindful ‘no momento’ não resulta. Nesses casos, seria preferível que meditassem durante 20 minutos”, concluiu.