Um estudo da Universidade de Brown que mede
o ‘mindfulness disposicional’ juntamente com sete indicadores de saúde cardiovascular descobriu que as pessoas que apresentam índices mais elevados de consciência em relação aos seus sentimentos e experiências têm melhor saúde. A investigação sugere que acções no sentido de melhorar a atenção plena podem ser benéficas ao nível da saúde cardiovascular.
De acordo com um estudo publicado no International Journal of Behavioral Medicine, investigadores da Universidade de Brown, nos Estados Unidos, encontraram uma relação relevante entre o que denominam de mindfulness disposicional auto-relatado e melhores valores em quatro dos sete indicadores de saúde cardiovascular, e ainda melhores níveis de saúde geral. O mindfulness disposicional é definido como a capacidade para se estar ciente dos pensamentos e emoções no momento, uma característica individual semelhante a um traço de personalidade.
Este estudo é o primeiro a quantificar a relação mindfulness/saúde cardiovascular, revelou Eric Loucks, principal autor do trabalho e professor assistente de epidemiologia na Escola de Saúde Pública da Universidade de Brown. Trata-se de um dado encorajador na promoção da saúde, uma vez que o mindfulness pode ser potencializado através do treino.
“O mindfulness tem sido principalmente associado à saúde mental e ao tratamento da dor, mas os investigadores estão a incluir cada vez mais os factores de risco cardiovasculares, como obesidade, tabagismo e pressão arterial”, disse Loucks.
Estar ciente das próprias emoções ajuda na adoção de comportamentos saudáveis. Assim, o mindfulness pode ajudar a lidar e a gerir os vários anseios (como, por exemplo, a ingestão de alimentos com excesso de sal e de açúcar, a vontade de fumar ou a aversão ao exercício físico), os quais minam a saúde, referiu Loucks. O mindfulness já demonstrou a sua eficácia no deixar de fumar.
Quantificar a relação mindfulness/saúde
O questionário MAAS apresenta seis opções, variando de “quase sempre” a “quase nunca”, incluindo “acho difícil manter o foco no que está a acontecer no presente” e “tendo a não perceber as sensações de tensão física ou de desconforto até que elas dominam a minha atenção”.
Os participantes submeteram-se ainda a testes para determinar valores em sete indicadores de saúde cardiovascular, segundo as normas da American Heart Association: tabagismo, atividade física, índice de massa corporal, consumo de frutas e vegetais, colesterol, pressão arterial e glicémia. Os resultados tiveram ainda em consideração a idade, género, raça/etnia, escolaridade e níveis de depressão e de autoconfiança.