China quer desalojar cinco mil monges no Tibete

A China alega que o icónico mosteiro de Larung Gar precisa de “liderança ideológica”. Cinco mil monges e monjas enfrentam ordem de expulsão. Uma petição para impedir a sua destruição pode ser assinada em change.org
Por Lilly Greenblatt | Jesse Earl Rockwell (foto)
in Lion’s Roar | 27 de junho de 2016  ver artigo original
O governo chinês exigiu a retirada de mais de cinco mil monges e monjas do Instituto Budista de Larung Gar e pretende demolir metade das residências do histórico mosteiro.
Segundo o Free Tibet, algumas das casas já foram derrubadas, tendo o governo de Beijing ameaçado demolir todo o mosteiro se as autoridades religiosas de Larung Gar não cumprirem as suas exigências.
A academia é o maior instituto budista tibetano do mundo e está situada em Sêrtar, na Região Autónoma Tibetana de Garzê, na remota província chinesa de Sichuan. O mosteiro conta atualmente com mais de dez mil residentes, sendo que a ordem do governo chinês exige que este número seja reduzido para cinco mil. Foi concedido ao mosteiro o prazo-limite de 30 de setembro de 2017 para reduzir a sua população, uma exigência que se enquadra na política de repressão da liberdade religiosa no Tibete.
A única razão apresentada por Beijing é a de que a comunidade está a necessitar de “liderança ideológica”. Segundo a Human Rights Watch, as limitações impostas são apresentadas como tendo por base preocupações em relação ao aumento populacional do mosteiro e consequentes riscos de incêndio. Outras exigências incluem ainda a instalação de câmeras de vigilância, ações de triagem e a aceitação por parte da direção do mosteiro de uma administração conjunta com as autoridades governamentais.
No ano de 2001, o governo local desalojou milhares de monges e monjas, tendo demolido à força de bulldozers mais de mil residências em Larung Gar. Após grande agitação popular, a comunidade foi deixada em paz e novamente autorizada a crescer.
No início deste mês, o jornal britânico Daily Mail voltou a publicar uma série de fotografias do mosteiro, onde documenta o aspeto impressionante da área densamente povoada de pequenas cabinas residenciais em Larung Gar (ver fotos).
Tradução de Raul C. Gonçalves

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